Nos anos de 1500 a galera da Europa estava reaprendendo a desenhar bem. As pinturas ficavam cada vez mais anatomicamente correta, as cores cada vez mais perfeitas, a luz mais vívida e os pontos de fuga eram, enfim, capturados.
Mesmo assim as pessoas ainda tinham na cabeça temas medievais de pintura, como figuras alegóricas, cenas de passagem da bíblia e, sobretudo, o Vanitas.
Na arte, Vanitas (palavra latina que significa ‘vaidade’) era um tema super baixo-astral que reinava naquela época: obras que simbolizavam o curto tempo que nós, pobres mortais, temos na terra. Através de imagens de caveira,s ampulhetas e outras coisas mais, este estilo mostrava que todas as nossas lutas, nossas conquistas, nossos blogs… tudo não passa de vaidade! No final sejam ricos ou pobres, jovens ou velhos, pessoas uteis e inúteis, amadas ou não amadas… todas terão o mesmo destino: o pacotinho da ração de invertebrados.
E foi neste tipo de tema que Pieter Claesz se especializou. Quase a totalidade da sua obra são quadros deste tema e outros um pouco mais “amigáveis”, como natureza morta. Tudo feito com uma beleza, delicadeza e realismo ímpar. Tome abaixo alguns quadros do moço.
P.S: Poxa… não é a toa que, com o tempo, quadros deste tipo foram desaparecendo das paredes das casas e substituídos por fotos preto e branco de 15 reais de Elvis Presley e Marlin Monrooe (epa… mas de certo modo estas fotos não seriam uma espécie de Vanitas moderna, não?)