Uma coisa muito legal nos quadrinhos do Japão é que eles possuem uma vasta gama de gêneros diferentes – todos muito bem comercialmente dentro do seu nicho. Temos os Kodomo (quadrinhos para crianças, tipo Pokemon), Shonen (para garotos, tipo Cavaleiros do Zodíaco), os Shojo (para meninas, tipo Sailor Moon), Seinen (para homens adultos) e Josei (para mulheres adultas). De estilos de história temos Mecha (robôs), Maho Shojo/Shonen (meninas/meninos com poderes mágicos, tipo Sailor Moon/Cavaleiros do Zodíaco), School Life (à grosso modo, uma Malhação da vida), Sci-Fi (já sabe, né?), Esportes (mangás sobre esportes, podendo ser futebol, basquete, baseball… até mahjong!), Drama, Mistério… vixi, a lista é longa!
E dentro destes nichos temos também mangás com temática homossexual. No caso de amor entre homens temos duas vertentes: Yaoi e Bara.
O que as difere? Bem, no caso Yaoi são histórias geralmente escritas por MULHERES HETEROSSEXUAIS (toda regra tem sua exceção, claro!) que mostram romances bonitinhos e idealizados entre dois meninos que parecem mais duas garotas. Praticamente um sonho de uma princesinha adolescente sem incluir ela própria. São histórias muitas vezes bastante irreais, adocicados e praticamente hetero – onde um dos “homens” realmente faz o papel de “menina”.
O Bara, por sua vez, são histórias de temática homossexual masculina escritas por HOMENS HOMOSSEXUAIS (as exceções devem ser bem poucas) que mostram romances mais realistas e o cotidiano verdadeiro do mundo gay. Há muito pouco romance idealizado, os argumentos são mais críveis e, acima de tudo, os homens desenhados nestes mangás PARECEM homens – e não mocinhas! Por isso que o Yaoi costuma ser desprezado pelos gays do Japão, que preferem ler as histórias Bara – que realmente mostram suas vidas como elas são.
E nosso amigo Jiraiya é um dos mestres deste estilo.
Obviamente este é seu pseudônimo. Foi criado na época em que ele ainda dividia seu tempo entre sua arte e seu tedioso trabalho como trabalhador de colarinho branco. Não que no Japão o preconceito contra homossexuais seja tão forte assim, mas porque o japonês médio tende a conservar sua vida pessoal para si mesmo – indiferente de ser gay ou hetero – motivo pelo qual a Parada Gay no Japão é bem pequena; não por repressão, mas simplesmente porque a galera lá no Velho Yamato é mais tímida mesmo.
Aos poucos ele foi se notobilizando pelos seus excelentes trabalhos. Seus homens são do tipo “Bear”, ursos grandalhões e peludos, mas todos com rostinhos amigáveis. Seu trabalho mai conhecido é como capista da G.Men, uma antiga revista para homossexuais do Japão. Mas ele também produz quadrinhos Bara.
E abaixo os trampos bem realistas dele como ilustrador – e dá para perceber por eles que outra coisa que ele curte muito desenhar são cachorros! Ou beeeeeetches!!!!
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